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sexta-feira, 2 de setembro de 2011



Características.

Provar o doce do mel ou o amargo do fel e não entender como sabores distantes se unem e melam.

Mela.

Assopra o seco e com vapor que sobe, inteira, se mela.
Arreia pelo cabelo e trança as pernas, imprensando minha pele na pele que é dela.
Dobra os sentidos e aperta os joelhos, implorando o meu liquido.

Te dou, se quer, te dou, se quer, ver meu nervo rígido.

É dessas mulheres pra se entregar de todo jeito, pra se lambuzar, comer com a mão e não usar talheres, de quatro, lado, frente, verso, embaixo e pé.
Roer, revirar, retorcer e deixar o seu corpo tremendo, gemendo, gemendo, gemendo.

Ela sempre foi demais, mas na minha cama de lençol pro lado e corpo nu com dois dou três olhares me fez viajar e marolar em meio aos sete mares, me pedindo que batesse, arranhasse, arrumasse e lhe chamasse de tudo é que nome. Foi o que eu fiz comi, matei a fome.


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

riding



Rasgue o medo e o desejo ao meio.
Eu me deito e tu se senta.
Rasga-te de baixo aos seios.

Rasgue o lençol, o papel.
E eu rasgo o desespero,
O cheiro o formol.

O meu olhar lisonjeando teu cavalgar,
O passadas longas, saltos altos
E o peso do seu corpo a se chocar.

E casar, rebole, rebole,
Sente e deixe entrar,
Mas não pare, rasgue
E não pare enquanto eu não gozar.

hungry


kiss


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Indecência.



Quantas esteiras de luz
se acendem
quando me tocas?
Milhares de estrelas
espetam meus dedos
rios se perdem
deixando em abandono
os seus leitos.
E um atropelo de veias
sangue correndo veloz
sem saída.
Tantas farpas
me cortam a pele
tantos frios
eriçam meus pelos
quando me tocas...
Eu ardo febril
- tantas chamas -
e tremo de medo
- quantos gelos -
quando me tocas...
Tantas catástrofes
tumultos
revoltas
provocas em mim.
Alteram-se os sais
queimam-se calorias
e quantas loucuras
submetes minha química
quantas queimaduras
me causa a tua pele.
A quantos perigos
me exponho
quando me tocas...

terça-feira, 24 de maio de 2011

A Santa e a Fera.



Então pela primeira vez consegui premeditar meus próximos atos, deixei que meu corpo agisse sozinho e meu braço passou por suas costas a abraçando, trazendo para mais perto de mim, minha outra mão lhe tocou o rosto para limpar as ultimas daquelas lágrimas insistentes. 

-Confie em mim, Lucy. 

Lucy postou seu rosto de frente para o meu e veio se aproximando muito lentamente com a expressão séria. Seus olhos se fechavam à medida que seu rosto se aproximava, até seus lábios tocarem os meus. Não me mexi nem hesitei. 

Enquanto sua boca se abria devagar tocando a minha, mil borboletas pairavam sobre a minha cabeça e uma brisa como aquela do mar que vem lá do sul, fez com que seu cabelo tocasse meu rosto, logo eu, amante da ceda mudei de paixão naquele instante. A cada segundo ficava mais difícil pensar em outra coisa que não fosse a maciez de seus lábios que calmamente conduziam nosso beijo como um maestro. Tudo isso não passou de alguns segundos que pareciam ter sido muito mais breves do que realmente foram. 

Logo, o que eu esperava aconteceu. A pior coisa que pode vir depois de um beijo, o comentário. 

-Adam, não devíamos ter feito isso. Você só pode estar brincando com meus sentimentos e amanhã mesmo estará atrás do seu doce sonho encantado, irá me esquecer. 

Mas me mantive em nosso abraço com a postura firme. 

-Se é esse péssimo conceito que tens de mim, me faça não te esquecer, me faça não querer mais ninguém. 
-Não me desafie. Foi o que ela disse depois de um breve sorriso. 
-Então não me julgue. 

Nós saímos da desconfortável beira do telhado e nos deitamos no assoalho sujo de madeira que ainda cobria o moinho, ali ficamos olhando pro céu sem dizer nenhuma palavra por alguns minutos até que as estrelas aparecessem. Segurando-a pela mão, eu apenas cantarolava uma canção com a voz tão baixa a ponto de sumir nos vãos que deixavam seus carinhos sobre minha palma. 

Virando-me de lado, pedi que olhasse para mim e ela prontamente obedeceu como se adivinhasse o que eu faria. Sem dizer nada a beijei novamente, dessa vez com mais intensidade, recíproca. Uma vontade voraz que deixava a experiência totalmente mais diferente, do que havia acontecido a poucos instantes. Iludi-me achando que a cada beijo descobriria uma nova Lucy. 

Lucy então me puxou pelos cabelos, implorando para que eu me envolvesse de uma vez. Passei a mão pela sua barriga até alcançar sua cintura e fui subindo bem devagar para dentro de sua blusa, no entanto a mão tremulava com o medo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Preliminares de uma luta.

Vem à lua perguntar de mim, e as estrelas que ofuscam o olhar, me envolve e carrega daqui pra onde me fizer sonhar. Nunca pensei que um instante seria tão brilhante e tão leve assim, o ar que respiro ao te encontrar me alimenta é me mantém aqui.

Só num beijo, sem olhar, eu viajo pro mar e cada onda do sorriso eu me deixo levar e eu posso tentar não me dar, mas você sempre terá, um pedaço da minha alma e o meu corpo pra tomar. Depois dos toques dos lábios, como a areia beija o mar, minha mão vai querer te explorar, por debaixo da sua roupa, dos pequenos sentidos soltar e se tirar seu mistério, expor o teu corpo e gritar, vai gemer se arrepiar me fazendo lembrar que o mundo inteiro nos espera então porque se precipitar? Um beijo sem ter roupa não deve nos elevar tão mais do que possamos ir só mesmo de imaginar, que te amarei.

Um metro ou mil quilômetros e a alegria de sonhar me envolve e me leva pra longe de mim, e se alguém perguntar por onde estive, diga que sim, por ai me perdi, esperando alegria encontrar sem notar só ela queria me acompanhar. A neblina que cobriu meu ar se desfaz com o sopro dos seus lábios. Num segundo de abraços, venho te invadir, te roubar, te penetrar e te fazer sentir que eu tenho o universo no peito e só você pode espalhar minha vida, minha luz, meu encanto ao me guiar.

Se choro melancólico, minhas lágrimas venha limpar e eu deixarei. O mundo é tão pequeno e não há nada que possa mudar o que farei. Vou cuidar de mim, ser feliz e me limpar de todas as mágoas que vida me impôs e se fé me faltar, se paz não tiver, se quiser fugir, se quiser desistir, se perder o ar, se não souber seguir e vou te gritar, mas a derrota não irei me entregar, pois te encontrei.

De manhã, me alimenta, senta na minha língua, se dissolve, acalenta olha a lua que míngua sem querer, sem poder, sem ter forças pra se levantar, mas o sol nos convidando vai fazermos levar a fera que existe em nós pra um ringue lutar, se esbaldar, rolar, rugir, morder e se dar, pra sorrir, descansar e achar que estamos completos porque tudo que devia ser, se não foi ainda será.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O que a pintura escondia.

Anos escondida como uma perola rara que se perde no oceano. Um oi, e se cruzasse na rua nem saberia a quem pertence os cabelos dourados, o corpo empinado, o sorriso encantado. Mas é a vida a ser vivida e não por ser cumprida, ela reserva e guarda as perolas escondidas aos exploradores insanos, perdidos, profanos, que não se alimentam da ganância, mas da esperança.

E em dois segundos ela toma seu lugar, se espalha só em brilho e passa a fazer parte, colorindo, um ambiente sem cor e traz o que ali não habitava, traz amor. As jóias mais belas são sutis e com detalhes que despertam interesse por tocar aquele sentindo adormecido que arrepia e causa um certo frio na barriga.

O intrigante é que depois de exposta a mim, não se encolhe, só cresce, ocupando a cada dia um espaço maior em minha vida, tomando o tempo dos meus pensamentos nos momentos mais oportunos e vice versa.

Mesmo que haja o medo e a timidez, pelos anos que a pintura esconda, haverá o tempo em que o sentimento quase infantil será inverso e todo lado que você nunca viu. 

E eu entendo, olhar, falar, ouvir, saber que tudo isso pode existir não é o bastante pra quem está sempre inquieto, em movimento, és um pedido solicito que honro em atender. Enquanto houver eu, sou teu e sou mais em você.

Como eu imagino que seja.

Vem rasgar a minha pele com tuas garras e ver o sangue manchar nossa pureza. Encosta tua carne contra a minha e se preencha com meu corpo, engole, come, devora sem piedade, mas não fale de boca cheia.

“Se a vida fosse uma poesia tu em mim seria a sensação que me promove e arrepia, quando uma palavra escrita à tinta fria toca minha alma e me acaricia. No entanto em sentimento asfixia e torna minha cama mais vazia, dia a dia”.

 Vai uivar na minha janela, um convite a liberdade que eu aceito, caso roube minha sanidade. Quando corrermos pela mata a dentro vou te jogar no chão que não é mais de cimento e me atracar na sua vida, punindo-te por me querer, subindo por entre suas pernas sem me perceber. E com a voracidade de uma fera que se alimenta, quero tomar-te o gozo sem grito, sem choro, só um gemido longo e baixinho como eu imagino que seja.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Inside me.



Alguma coisa acontece dentro de mim! Aqui dentro mora um vulcão que não dorme e queima sem parar, a vontade e o desejo de dominar. Viver somente isso e nada mais, um prazer eterno, algo único que não pudesse acabar jamais.

O que há em escolher ser ou não ser, querer e não querer, sentir e não sentir a saudade e a mágoa, a raiva e a paz, mas vai erodir e devastar por onde passar, como na encosta de uma montanha, vai vazar e pelos teus seios derramar queimando toda a pureza que caiu da sua boca.

Um rosto farto e tranqüilo com aquilo, nem gosto, só gozo, o que ninguém entende é tentar ser forte a cada instante que estresse a terra debaixo dos meus pés. É sem hora e sem lugar, na beira de um abismo escuro e frio, no calor da tua boca no meu corpo e o que sinto é um vazio. Alguma coisa acontece dentro de mim, no meu coração, meu corpo flamejante encontra o tal teor somente em uma direção.

Saí pra iluminar nosso caminho, lava e cinza chovem do céu como as estrelas mais linda que já vi, vermelhas, laranjas, de longe pequenas, crescendo pra perto até cair, aqui, ali, no horizonte perdido ou em qualquer lugar que eu queira conhecer e jamais poderei ir.

Meu quarto bagunçado guarda um lugar.

Estou a dois passos do paraíso, talvez eu fique, eu fique por lá.

E quem sabe só de olhar, apreciar-te se retorcer entre os lençóis como quem clama e diz que coma, devore, anseie mais uma ou duas horas em busca do um suprimento inacabado de prazer que se esconde dentro e no meio de você.

Foi uma voz quem me contou, seus olhos marejando suor fez a rosa do seu corpo e ela desabrochou dizendo que eu não entendo enquanto não provo do sabor sutil, doce e quente que nos causa o chocolate ardente pra levar ao arrepio estranho de ranger os dentes.

Uma fumaça em caracol e o cigarro vai chegando ao fim sem satisfazer o quanto ofego por você. Meia taça de vinho ao chão, a camisa e um botão, seu vestido dizendo não e diante dos meus olhos, um sonho de visão, seu quadril que rebola, atracada em mim. E não importa o que alcance, nada vai entrar mais firme, assim, assim, mais, assim. Uns sentimentos, uma lembrança, podem piscar naquele instante, porém jamais será relevante.

Estou a dois passos do paraíso, não sei se vou voltar, estou sem controle, alucinando o quanto irei gozar, a vida e o que de bom ela me dá e se no orgasmo lento, intenso e invasivo que tivermos, eu acordar... Molhado como estiver direi boa noite ao travesseiro, abraçando o edredom com o seu cheiro, te tocando e arrepiando o corpo inteiro, até dormir entre meus braços alcançando o segundo que a vontade lhe pedia e a ocasião, por vezes lhe impedia.

Agora te acalma, pois já tem o que queria, apenas guie, completa e terá o que precisa.